Thursday, February 08, 2007

Mala Diplomática


Querida amiga, o livro que pediste segue já no avião.
Peço-te que, na volta, me envies este.
São assuntos melindrosos, já se vê, pelo que te solicito o maior dos cuidados, e que embales as questões envolvidas com a sinalética adequada: «Frágil, pegue com cuidado!», tal como fiz.
Ora senão, vê lá: “Nunca tive vergonha do meu corpo, embora meus dois irmãos achassem que eu deveria ter. Andava apenas de calci­nha ou mesmo despida dentro de casa, até meus peitos crescerem tanto que se tornou impossível lavar a louça do almoço sem que eles mergulhassem na pia cheia de detergente. Foi quando meu pai pediu que minha mãe esclarecesse para mim as diferenças entre meninos e meninas, e então meu busto foi encarcerado para toda a eternidade em grandes sutiãs de bojo acolchoado que ela mesma comprava, muitas vezes em lojas de gestantes, para que eu me sentisse mais confortável.Eu sou aquela que muda o cabelo e sempre fica pior, que sai de roupa nova e ninguém repara, que passa festas inteiras fin­gindo que dança com os amigos, quando na verdade está dançando sozinha.A mulher feia não é apenas uma deformação da estética. A mulher feia é um estado de espírito.” Claudia Tajes via Destaques a Amarelo. Chick Lit em versão brasileira.

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